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Da janela eu vejo, Fantasmas

"Da janela eu vejo, fantasmas" nasceu de um dia exaustivo, essa série é um tanto expurgatória, eu estava cansada e parecia que todo mundo estava cansado também. A cidade de noite é um mundo totalmente novo, chega a ser um pouco assustador. As pessoas se tornam vultos, os carros viram apenas luz e velocidade, mesmo com as luzes dos prédios, dos faróis, das ruas, ainda somos capazes de não ver alguém atravessar a rua correndo. O mundo moderno lança pequenas ilhas de luz, no meio de um mar gigante.

Essa coleção traz uma visão mais fantástica e menos sóbria do mundo ao meu redor. Essa fantasia também me ajuda a lidar com as pessoas presentes nas cenas, elas flutuam, brilham, se desintegram, elas são e não são. Então, a dificuldade de representá-las se dissipa por um momento. Aqui, o urbano tem mais presença, e peso, do que o humano.

Esse projeto já teve bem uns 3 nomes, e além de indecisa, eu sou péssima com nomes.
Eu fiz 2 séries inicialmente e decidi parar por aí, mas num dia eu voltava para casa, bem na janela, e eu não sei, uma vontade absurda de fotografar bateu, e eu fotografei, as fotos estavam lá dando mole.
E acabou que agora tenho 3.
Talvez eu continue fotografando das janelas dos transportes públicos cariocas, e se torne uma coisa maior do que eu imaginava, e acho que está tudo bem.
Organizar as fotografias para o Behance é sempre um desafio, ter que fazer curadoria, descartar algumas… Organizar de uma forma que faça sentido para mim mesma, para o outro, é difícil!
Recentemente, eu li sobre o George Georgiou e sobre a série “Last Stop”, fiquei com vontade de fazer algo parecido no Rio, mas bem, Rio.
Eu vou manter um dos nomes anteriores,“ Da Janela Eu Vejo”, sendo “Fantasmas”, “Vida” e agora “Sombras”. As fotos têm estéticas muito diferentes, apenas como foram feitas em comum, fotografadas através de uma janela.​​​​​​​
Inayê Freitas. Novembro de 2023
Da janela eu vejo, Fantasmas
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Da janela eu vejo, Fantasmas

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